A Oração de Ezequias
A oração de Ezequias é um exemplo apresentado pelo profeta Isaías do que representam as orações dos filhos de Deus. O reinado de Ezequias é uma transição entre as profecias de Isaías, é o contexto intermediário entre as ameaças de destruição e a realização de fato destas ameaças.
No reinado de Ezequias a ameaça era a Assíria, depois dele a ameaça passa a ser a Babilônia, que irá dominar o reino de Judá e incorporá-lo ao império babilônico. Senaqueribe, o rei da Assíria, tinha invadido várias nações com fúria irresistível e nenhuma delas havia conseguido resistir, todas haviam sido subjugadas pela Assíria.
Isaías 36,1: “No ano décimo quarto do rei Ezequias, subiu Senaqueribe, rei da Assíria, contra todas as cidades fortificadas de Judá e as tomou”.
Os assírios haviam invadido Judá e tomado todas suas cidades fortificadas e estavam agora nas portas de Laquis, a última cidade entre o exército assírio e Jerusalém, de lá, Senaqueribe enviou seu emissário Rabsaqué para ameaçar Jerusalém, blasfemar o nome de Deus e convencer o povo a rejeitar a liderança de Ezequias e se entregar ao rei da Assíria.
A situação era caótica, não havia mais alimentos na cidade, não havia soldados e o povo estava desesperado, Rabsaqué conclama o povo a comer seus próprios excrementos e a beber a sua urina, e continua a blasfemar contra Deus.
Isaías 36,13-15: “Então, Rabsaqué se pôs em pé, e clamou em alta voz em judaico, e disse: Ouvi as palavras do sumo rei, do rei da Assíria. Assim diz o rei: Não vos engane Ezequias; porque não vos poderá livrar. Nem tampouco Ezequias vos faça confiar no SENHOR, dizendo: O SENHOR certamente nos livrará, e esta cidade não será entregue nas mãos do rei da Assíria”.
O ministério de Isaías não havia sido fácil durante os reinados anteriores a Ezequias, principalmente no reinado de Acaz, a impiedade predominava e a nobreza e os sacerdotes estavam completamente voltados à idolatria.
Ezequias, porém, removeu os altares nos montes e derrubou os postes ídolos, purificou o templo e retomou o culto ao Deus de Israel, ele foi fiel a Deus em todo o seu reinado. Após um longo período de incredulidade, os judeus celebraram a primeira páscoa após muitos anos, até mesmo o remanescente das tribos de Israel foi convidado para a celebração.
2 Reis 18,3-5: “Fez ele o que era reto perante o SENHOR, segundo tudo o que fizera Davi, seu pai”.
Judá agora enfrenta Senaqueribe, rei da Assíria, e o seu embaixador Rabsaqué. As dez tribos de Israel já não existiam, pois Senaqueribe as tinha levado em cativeiro.
O remanescente do povo tinha corrido para Jerusalém, sua última fortaleza e esperança final. Agora, Rabsaqué envia mensageiros a Ezequias com uma carta ameaçadora e blasfema: Ezequias não deve deixar o SENHOR fazê-lo pensar que Jerusalém será livrada das mãos da Assíria.
Isaías 37,10: “Assim falareis a Ezequias, rei de Judá: Não te engane o teu Deus, em quem confias, dizendo: Jerusalém não será entregue nas mãos do rei da Assíria”.
Ezequias reage em fé. Ele vai para a casa do Senhor, ele sabe que em sua própria força não pode derrotar os assírios, e não há nenhuma escapatória de sua situação desesperada. Portanto, ele traz o seu problema ao Senhor e derrama o seu coração em oração.
Isaías 37,16-20: “Ó SENHOR dos Exércitos, Deus de Israel, que estás entronizado acima dos querubins, tu somente és o Deus de todos os reinos da terra; tu fizeste os céus e a terra. Inclina, ó SENHOR, os ouvidos e ouve; abre, SENHOR, os olhos e vê; ouve todas as palavras de Senaqueribe, as quais ele enviou para afrontar o Deus vivo. Verdade é, SENHOR, que os reis da Assíria assolaram todos os países e suas terras e lançaram no fogo os deuses deles, porque deuses não eram, senão obra de mãos de homens, madeira e pedra; por isso, os destruíram. Agora, pois, ó SENHOR, nosso Deus, livra-nos das suas mãos, para que todos os reinos da terra saibam que só tu és o SENHOR”.
Ezequias ora a DEUS, o nome YAHWEH ocorre cinco vezes em sua breve oração, as verdades implícitas no nome de Deus são o firme fundamento da oração de Ezequias. Ezequias também reconhece a Deus como o criador dos céus e da terra, e a Ele, Ezequias apresenta a questão: uma afronta ao Deus vivo.
“Ouve todas as palavras de Senaqueribe, as quais ele enviou para afrontar o Deus vivo”.
Ao Deus YAHWEH o rei traz o seu pedido, que não revela nenhuma expectativa no homem, mas apela somente a Deus.
“Agora, pois, ó SENHOR, nosso Deus, livra-nos das suas mãos”.
O nome de Deus é o interesse mais profundo de Ezequias. Os assírios tinham apresentado o Deus de Israel como enganando o seu povo ao dar-lhes uma falsa esperança de libertação. Senaqueribe exaltou a si mesmo acima de Deus e irá pagar por esta afronta. Ezequias ora para que o nome de Deus seja glorificado em toda a terra.
“Livra-nos das suas mãos, para que todos os reinos da terra saibam que só tu és o SENHOR”.
Deus ouve a oração de Ezequias e concede o seu pedido, Ele envia, à noite, o Anjo do SENHOR ao acampamento dos assírios, e pela manhã, cento e oitenta e cinco mil deles estavam mortos. Mediante essa libertação maravilhosa os assírios foram dizimados, Senaqueribe volta a Nínive, e é assassinado por seus filhos no templo de seu deus.
Deus está longe da oração do ímpio, mas a oração do justo é eficaz! Em muitos lugares, e por vários exemplos, a Escritura ensina a verdade da eficácia das orações do povo de Deus. Talvez a declaração mais clara dessa verdade seja encontrada em Tiago.
Tiago 5,17-18: “Muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo. Elias era homem semelhante a nós, sujeito aos mesmos sentimentos, e orou, com instância, para que não chovesse sobre a terra, e, por três anos e seis meses, não choveu. E orou, de novo, e o céu deu chuva, e a terra fez germinar seus frutos”.
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