A doutrina da Trindade é uma das mais importantes da fé cristã. “Podemos definir a doutrina da Trindade do seguinte modo: Deus existe eternamente como três pessoas – Pai, Filho e Espírito Santo – e cada pessoa é plenamente Deus, e existe só um Deus”. Ao longo da história da Igreja Cristã, muitos homens piedosos defenderam a doutrina trinitária, dentre eles encontra-se Agostinho, bispo de Hipona. O presente artigo pretende oferecer uma análise do Tratado “De Trinitate” de Agostinho. Obra cujo impacto se fez sentir através dos séculos, influenciando tanto a teologia católica como a teologia reformada.
INTRODUÇÃO
“Quem se entrega à leitura do que escrevemos sobra a Trindade” (Livro I 1,1). Assim começa Agostinho o seu tratado teológico sobre a Trindade. Não se pode afirmar com precisão absoluta o tempo empregado por Agostinho na composição dos 15 livros sobre “A Trindade”.
Comumente, aceita-se datá-los de 399 a 419 a.D. Este período dedicado à elaboração deste tratado teológico, conhecido como: De Trinitate, revela, por um lado, a profundidade do tema e, por outro, a seriedade com que o bispo de Hipona encarou seu projeto. É verdade que não foram vinte anos dedicados apenas à construção desta obra, pois, além de seus afazeres pastorais, sua pena incansável estava a serviço da fé cristã, em sua defesa e ensino, mediante outros escritos. O De Trinitate é um dos melhores tratados teológicos de Agostinho. Pode-se fazer tal afirmação devido à profundidade de pensamento e a riqueza de idéias encontradas nesta obra.
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